Maria de Fátima Corado Gabriel é filha de portugueses que já vieram para o Brasil casados. O avô, veio antes e se instalou em Santos/SP, onde trabalhava como marceneiro. Anos depois, começou a construção da Estrada de Ferro, e o avô da Fátima veio para Campo Grande.
“A maioria dos portugueses que vieram para cá, vieram nessa época, pois todos buscavam uma vida nova, queriam prosperar. Antes aqui era uma parte perdida no centro-oeste brasileiro, e com a vinda de vários portugueses, tornou-se o lar”.
O avô de Fátima, assim que terminou o trabalho com a Estrada de Ferro, comprou uma fazenda onde tinha uma olaria em Agachi/MS, e antigamente todas as casas de Campo Grande eram cobertas com essa telha. “O meu pai veio para cá para trabalhar com ele na marcenaria que ele montou na 14 de Julho, perto da Estação Ferroviária”.
A colônia portuguesa resolveu se unir e o resultado desta união é o Centro Beneficente Português, que deu origem a Associação Luso Brasileira. Muita gente conhece apenas a estrutura física, o Clube Estoril, e ainda não teve a oportunidade de descobrir a história que a antecedeu.
“Quando o português vinha para cá na época, ele não podia chegar e dizer: estou indo embora para o Brasil, pois o governo
português não liberava a saída sem autorização. Era necessário ter então, uma família portuguesa já instalada e era necessário fazer uma carta de chamada para o governo. Essa família que convidou, ficava responsável pela família que estava vindo durante dois anos, se não, era obrigatório comprar a passagem de volta”.
Fátima e marido Mário Nélson Araújo
Fátima nasceu em Campo Grande, tirou a dupla cidadania e foi criada dentro do Centro Beneficente Português, da Associação Luso Brasileira. O Clube Estoril é o Departamento de Lazer da Associação Luso Brasileira. Fátima está casada com Mário Nélson Araújo e é mãe de Camila Corado Gabriel Lima, de 33 anos, formada em Direito pela UCDB, e Mário é pai de Ingrid Yara e Mário Sérgio.
Entre meados dos anos 70 e 80, o Centro Beneficente Português teve pouca atividade social. A sede, na Rua Barão do Rio Branco, foi alugada para o banco Real, e pensou na construção de uma nova sede em um terreno em frente ao Belmar Fidalgo, que era patrimônio do Centro. “Eles precisavam de um local para se reunir, conversar, fazer almoços, trocar ideias e se encontrar, pois cada família que veio para Campo Grande, ficou instalada em uma região da cidade”.
Com o passar do tempo, o Centro Beneficente Português começou a fazer muitos eventos, e essa área central, começou a ficar pequena. Com a venda desses dois espaços, decidiram então que seria necessário comprar e construir uma nova sede em outro terreno. Com o dinheiro arrecadado em negócios, o Clube Estoril foi construído em um terreno com área de aproximadamente 51 mil metros quadrados. São 5 mil metros quadrados de área construída. Os pais e os avós de Fátima sempre trabalharam no Centro Beneficente Português. A primeira vez que ela entrou para a diretoria do Clube, foi em 1977 e não parou mais.
“Já fui Diretora Financeira, Diretora Social, Diretora de Comunicação, já fui do Conselho Fiscal, do Conselho de Remidos, já fui presidente do clube por quatro vezes”. Fátima está no quarto mandato como presidente e até hoje, foi a única presidente mulher do clube.
Clube Estoril
Localizado em uma das áreas mais nobres de Campo Grande, com fácil acesso, o Clube Estoril é indiscutivelmente uma das
entidades recreativas mais bem estruturadas do Centro Oeste, oferecendo a seus associados as mais variadas opções de lazer
e serviços. O prédio, que é o departamento de lazer da Associação Luso Brasileira de Campo Grande MS, está presente no imaginário coletivo dos cidadãos campo-grandenses especialmente pela realização de grandes eventos, como os tradicionais carnavais que o clube realiza. Desde 1989, o Clube Estoril está localizado na Rua Silvina Tomé Veríssimo, 20 – Jardim Autonomista.
A estrutura do clube é completa: Salão Social com capacidade para 2440 pessoas em pé ou 1.200 sentadas; Salão Estoril Prime, para 300/350 pessoas sentadas; cinco piscinas, sendo uma aquecida; três quadras de tênis; duas quadras poliesportivas; dois campos de futebol; quadra de vôlei de areia; salão de jogos; sauna; espaço múltiplo; lanchonete; 17 quiosques com churrasqueiras; estacionamento para 200 carros. “A parte dos quiosques é bem legal. O sócio pode reservar e trazer até dez convidados para passar o dia”.
Além da estrutura, eles oferecem aos associados: aulas de tênis, beach tennis, escolinha de futebol, academia, pilates, karatê, natação – infantil e adulto – e hidroginástica. O Clube também realiza algumas festas durante o ano. Em abril, tem o Arroz de Braga, e a Sardinhada, na primeira semana de outubro.
Em 2023, Fátima nos conta que não fará o Arroz de Braga. “É bastante correria para organizar essas festas. Esse ano vamos focar apenas na Sardinhada, pois o preparo para essa festa já está sendo feito”. No carnaval desse ano, o Clube abriu as portas para a Noite das Marchinhas e foi um sucesso. “Também temos a Sexta Super. Todas as sextas-feiras, o sócio não paga, mas o convidado paga R$ 20 e toda noite é uma banda diferente. E na primeira sexta-feira de cada mês, organizamos o Flashback”.
CLUBE ESTORIL
Rua Silvina Tomé Veríssimo, 20 | Jardim Autonomista | Telefone: (67) 3312-0400 | Instagram: @clubeestoril
